👮‍♂️ Facebook lança sistema de deteção de vídeos e fotos falsos

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Muitas vezes, as notícias falsas vivem dentro do Facebook através de fotografias e vídeos criados propositadamente para propagar campanhas de desinformação, em vez de serem transmitidas fora do website em artigos noticiosos que poderiam gerar retorno financeiro com anúncios. Para combater estes intermediários movidos mais por questões políticas do que por motivos financeiros, a rede social decidiu que tem mesmo de ser capaz de detetar conteúdos falsos transmitidos por imagens e até pelo áudio que acompanha os clips de vídeo.

Esta semana, a gigante tecnológica anunciou que está a expandir o seu sistema de deteção de fake news através de um programa que já estava a ser utilizado em quatro países. Agora, 23 nações terão acesso a este método. “Muitos dos nossos parceiros externos que fazem este tipo de deteção têm larga experiência em avaliação de fotos e vídeos e estão treinados em técnicas de verificação visual, tais como pesquisa de imagens invertidas e análise dos metadados – que nos dizem, por exemplo, quando e onde é que a foto ou vídeo foram tirados”, disse a product manager do Facebook, Antonia Woodford. “Quanto mais avaliações tivermos dos nossos analistas, mais seremos capazes de melhorar a precisão da nossa máquina de inteligência artificial que aprende esse processo”.

O grande objetivo da maior rede social do mundo é ser capaz de automaticamente detetar imagens manipuladas, fora do contexto e que não mostrem aquilo que dizem que mostram, ou texto e som que sejam muito provavelmente falsos. Num manifesto de 3260 palavras sobre segurança, Mark Zuckerberg explicou, esta semana, que a “definição de sucesso é conseguir parar ciberataques e operações de informação coordenadas, antes que estes causem qualquer dano”. Tal significa utilizar inteligência artificial para perseguir notícias falsas, ao invés de esperar que estas sejam denunciadas pelos utilizadores. Para isso, o Facebook precisa de treinar até à exaustão a máquina que recolhe os dados, através dos parceiros humanos que fazem parte destas operações de deteção.

A plataforma norte-americana está, assim, a desenvolver ferramentas tecnológicas para dar assistência aos profissionais desta área durante o processo. “Estamos a usar o reconhecimento ótico de caracteres para extrair texto de fotografias e compará-lo com os títulos de artigos dos analistas de factos. Estamos ainda a trabalhar em novas formas de detetar se a foto ou video foram manipulados”, afirma Woodford, referindo-se ao utilizador do Reddit DeepFakes, que usa softwares de edição de vídeos para fazer com que alguém pareça estar a dizer ou fazer algo que, na realidade, não estava. Os memes foram uma das mais populares formas de desinformação utilizadas para interferir em assuntos globalmente relevantes.

O problema é que eles são tão facilmente partilháveis que as pessoas nem precisam de sair do Facebook para os verem, e alcançam distribuição viral a partir de utilizadores insuspeitos que nem sequer se apercebem que se tornaram peões em campanhas de manipulação. A rede de Zuckerberg pode, potencialmente, utilizar recursos que exijam alto nível tecnológico para construir detetores de notícias falsas partilhadas através de memes, dando um argumento para manter a plataforma em funcionamento. Combinando o Facebook, o Messenger, o Instagram e o WhatsApp, a empresa ganha na economia de escala no que diz respeito à luta contra a já considerada praga de informações falsas. 

Catarina Sousa

A former journalist on newspapers and TV, now publicist and creative mind at her own agency. Passionate about writing, creating ads and watch Law & Order. Married, mom of two adorable cats.