Fake News: saiba como as detectar
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Não há dúvidas de que a internet hoje em dia se divide muito entre o que são notícias reais, com origem fidedigna, e o que são as notícias falsas – as chamadas fake news. Neste artigo, vamos ajudá-lo a distinguir este tipo de conteúdo.
O problema das fake news é particularmente perigoso nas redes sociais, onde fica cada vez mais difícil distinguir entre o que é a realidade e o que é a ficção. Em todo o mundo, partidos políticos aproveitam-se desta possibilidade para se distanciarem da concorrência – mas as áreas atingidas por este fenómeno não se cingem apenas à política.
Desinformação e propaganda pululam online atualmente, e continuam a espalhar-se a nível global. E o pior é que agora, além das notícias falsas, ainda surgiu um novo fenómeno na internet: os vídeos deepfake, em que imagens e sons são manipulados de forma altamente sofisticada, fazendo com que determinada pessoa seja vista a dizer algo que não corresponde à realidade.
Então, como saber se determinado conteúdo é verdadeiro ou se foi manipulado?
1 – Verifique sempre a origem
Só deve acreditar em notícias veiculadas por órgãos de comunicação social verificados e reconhecidos. Se se deparar com uma notícia oriunda de um site estranho e se, depois de pesquisar, não encontrar esse conteúdo em mais lado nenhum, o mais provável é estar perante fake news.
Normalmente, as notícias verdadeiras podem ser encontradas nos sites e páginas dos principais meios de comunicação social. Em Portugal, existem vários sites já referenciados como sendo distribuidores de notícias falsas: Semanarioextra, Jornaldiario, Noticiario.com e Magazinelusa, entre muitos outros.
2 – Fotos e textos sensacionalistas
Se por acaso se deparar com títulos altamente sensacionalistas e fotografias muitas vezes tiradas do contexto, convém desconfiar. Pesquise sobre o tema e tente informar-se mais para ter a certeza, mas é quase certo que se trata de uma notícia inventada.
A história do relógio de luxo de Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, divulgada pelo site Direita Política, é um bom exemplo disso mesmo. A “fórmula” parece ser simples: usar uma foto ou montagem, colocar uma legenda sensacionalista em letras garrafais e esperar que o público a torne viral.
Claro que também deve ter em conta as suas próprias crenças, tendências políticas ou gostos, pois tal pode condicionar a forma como vê e analisa o conteúdo que encontra online. Nem sempre é fácil concordar com uma notícia, e hoje em dia muitos “factos” podem ser apenas uma questão de perspetiva.
3 – Os meios de comunicação também erram
Saber que até mesmo os órgãos de comunicação social de referência podem errar também é importante. As redações estão cada vez mais pequenas e confirmar os dados mais que uma vez torna-se uma missão praticamente impossível. Mesmo os melhores erram de vez em quando!
4 – Entender a publicidade e o algoritmo
Tenha sempre isto em mente: as plataformas de social media e muitos websites ganham dinheiro através de publicidade. Por isso mesmo, sempre que você clica ou pesquisa algo sobre um assunto, o mais certo é passar a receber publicidade e a encontrar mais conteúdo relacionado com esse tema. Sim, mesmo que esse conteúdo venha de sites que não são fidedignos.
Daí a necessidade de redobrar a atenção! Algumas plataformas, no entanto, já começaram a fazer um bom trabalho no que diz respeito ao fact checking. No Facebook e no Twitter, por exemplo, já é possível encontrar artigos verificados ou outros censurados por serem falsos.
5 – Considere a imparcialidade dos seus amigos
Mesmo os melhores amigos não concordam sempre em todos os tópicos – tal como nós não concordamos sempre com o que diz o presidente do nosso clube de futebol ou o representante do nosso partido político. Muitas vezes, porém, sentimos que, se algo é partilhado por um amigo ou familiar, é porque é verdade. Mas isto não é sempre verdade.
Só porque alguém faz uma afirmação, não quer dizer que a mesma seja verdadeira. Também não significa necessariamente que a pessoa esteja a mentir – pode ter sido só induzida em erro. É por isso que lhe cabe a si filtrar essa informação que todos os dias lhe chega e avaliar a veracidade da mesma, considerando sempre, claro, a imparcialidade da fonte.
Esse esforço valerá a pena, pois desse modo estará sempre na posse de informação verídica e com capacidade para tirar as suas próprias conclusões sobre determinado assunto. Por isso, pesquise muito e em muitos sites diferentes, analise pontos de vista contrários. Só assim poderá desenvolver a sua própria opinião.
6 – As fontes de informação devem ser escrutinadas
Só porque alguém aparece muitas vezes no seu feed a falar sobre determinado assunto, tal não significa que essa pessoa seja especialista na matéria, que não tenha interesses ocultos e que essa informação seja verdade. Não tenha qualquer problema em adotar uma posição cética em relação ao que vê na internet. Essa é a melhor forma de se manter bem informado.
Procure sempre saber mais sobre essa pessoa. Pesquise o seu nome, o percurso profissional, as redes sociais se for necessário. Hoje, mais do que nunca, interessa saber porque é que determinada pessoa fala de determinada forma sobre determinado assunto. Principalmente no que diz respeito às redes sociais, é fundamental não ler apenas um ponto de vista ou basear-se apenas numa fonte de informação.
7 – A pandemia e a parcialidade
Vivemos tempos difíceis, em parte devido à crise económica e também pelo confinamento a que estivemos – e ainda estamos – sujeitos. Tal é suficiente para deixar algumas pessoas um pouco perdidas; além disso, nunca se passou tanto tempo em frente aos ecrãs dos computadores e dos telemóveis, principalmente nas redes sociais.
As tensões sociais agravam-se, as rivalidades geopolíticas crescem e este é um território fértil para as fake news. Já assistimos, até, a grupos fazerem-se passar por grupos rivais para provocar incidentes e descredibilizá-los. Cabe então a cada um de nós conseguir identificar falsas narrativas e artigos – podendo sempre recorrer a plataformas de fact checking, como o Polígrafo.
Muitas vezes, as fake news fazem parte de ataques concertados para causar danos em rivais, normalmente políticos, e dividir a população. Além de exigir menos aptidões técnicas, a sua criação e disseminação é mais barata que um ataque cibernético comum.
Claro que as notícias falsas têm mais predominância e um maior peso efetivo em países como a China, a Rússia ou os Estados Unidos da América. Mesmo assim, em Portugal são já muitas as fake news que se espalham pela internet e que podem ter potencial danoso.
Nunca se esqueça: nem tudo o que está na internet é verdade!
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