Segurança Online: um Macro Desafio 👮
Categoria : Segurança Visitas: 4826 Tempo de Leitura: 3 Minutos
Altera as suas passwords com frequência? Tem um antivírus forte? Presta atenção às fotografias que partilha nas redes sociais? Acredita em tudo o que vê no feed?
Com mais de meio milhão de likes no Facebook, a Polícia de Segurança Pública tem vindo a trabalhar no sentido de aumentar a literacia digital e alertar para os perigos à espreita no mundo da internet - e que atingem vítimas de todas as idades.
A convite da Indigit, o Comissário João Moura, Chefe do Núcleo de Protocolo, Marketing e Assessoria Técnica do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP, fala-nos hoje sobre segurança na internet.
"A presença da Polícia de Segurança Pública (PSP) nas redes sociais tem, nos últimos anos, alcançado um enorme sucesso entre a sociedade civil, com especial ênfase no Facebook, aquela que continua a ser 'a rede' em Portugal por definição.
Optámos desde o primeiro momento por fazer um mix entre informação e criatividade, por vezes de forma bastante disruptiva para uma instituição centenária, alcançando até à data 661.230 seguidores de forma orgânica (não temos alcance nem conteúdos pagos).
Chegamos a ter posts com mais de 3 milhões de contas alcançadas, o que na prática são muito mais pessoas, facto que nos permite concluir o porquê de estarmos online: criarmos um 'Facebook de proximidade' que permita informar, prevenir e também entreter.
Exercício interessante de análise também no Instagram: em apenas 12 meses, alcançámos 49.200 seguidores. A segurança online é um tema muito amplo, estratégico até, e está na ordem do dia. Senão veja-se o investimento que diversas marcas globais, organizações mundiais e Governos despendem para esta área, considerando-a um investimento e não uma despesa.
A PSP, através das redes sociais, Escola Segura, Idosos em Segurança e outros programas de proximidade e prevenção, procura abranger duas grandes áreas na sensibilização para segurança online: uma área de autoprotecção e uma área de segurança online 'comportamental'.
Na primeira, abrangendo as questões mais técnicas e controláveis pelo utilizador: alertas para o uso de uma password forte e diversa, investimento num bom antivírus, boa firewall, contínua e regular actualização das definições de segurança, entre outras.
A segunda, mais abrangente, é uma área ampla que envolve os aspectos comportamentais e conjunturais da web e redes sociais: a adição, os desafios virais perigosos, cyberbullying, burlas online, extorsão sexual online, entre outros.
Se na primeira é o utilizador que controla os mecanismos de auto protecção que adota, na segunda isso foge um pouco ao seu controlo. Daí ser fundamental, na nossa ótica, três coisas: literacia digital, prevenção e infoinclusão. A chamada 'segurança em profundidade', ou seja, várias camadas de segurança - quer nos aspectos de segurança passiva quer ativa -, com a inerente 'segurança mental' consciente nas pessoas.
Tal torna-se mais difícil com públicos mais jovens. Fenómenos como o desafio da Baleia Azul, o filme Bird Box da Netflix, jogos viciantes como Fortnite ou Pokémon Go e o envio de “nudes” (democratizado e por vezes estranhamente banal entre jovens), trazem enormes riscos.
O próprio cyberbullying é um flagelo, pois cada vez mais crianças nativas digitais são vítimas e ameaçadas por este fenómeno. Em públicos seniores, predomina a questão das burlas online para compra de bens móveis e aluguer de bens imóveis (casas de férias, por exemplo).
Nos mais jovens, a ânsia de obterem likes e alcance viral, com a respectiva dopamina nos cérebros, e nos seniores o deslumbramento e as armadilhas que envolvem as burlas, com aparente negócios vantajosos e sites falsos impecavelmente construídos.
Daí o desafio ser enorme e envolver diversos parceiros em rede: desde logo o utilizador, as escolas, os educadores, tutores e encarregados de educação, a PSP, Câmaras Municipais, associações diversas e também os Ministérios (Educação e Administração Interna).
Na nossa ótica, a prevenção nunca será demais, tendo conta o paradigma que aí vem de 5G, realidade aumentada, realidade virtual e internet das coisas. E esse paradigma não está longe.”
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