Shopify rende-se à criptomoeda Libra 🤑
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Depois de o eBay, Visa, Stripe e outros parceiros de renome como o Paypal, Vodafone ou Mastercard terem abandonado a Associação Libra, a nova criptomoeda criada pelo Facebook ganhou um membro de grande peso: o Shopify acaba de se render e contribuir com pelo menos dez milhões de dólares para o desenvolvimento da rede.
Se a Libra conseguir gerir as preocupações dos reguladores internacionais – que, neste momento, estão a impedir que a nova forma de transação monetária seja definitivamente implementada -, o Shopify pode realmente oferecer aos utilizadores uma nova de processar pagamentos e recebimentos sem que se paguem as habituais taxas bancárias.
A Libra foi desenhada para movimentar quantias monetárias entre carteiras digitais com poucas ou nenhumas taxas associadas. A ideia original da plataforma criada por Mark Zuckerberg seria implementar uma forma de transação que funcionasse no Messenger ou no Whatsapp, por exemplo. Esta ideia pode, de facto, ajudar o Shopify a poupar dinheiro – bem como aos utilizadores da plataforma com lojas online, cujo número total já chega ao milhão.
Os porta-vozes do Shopify já vieram explicar a razão de terem aderido a esta associação: querem ajudar os comerciantes a reduzir as suas despesas com taxas e aumentar as oportunidades de negócio em países em desenvolvimento. “Muita da infraestrutura financeira mundial não foi construída para lidar com a escala e as necessidades do comércio online”, lê-se no comunicado oficial.
E continua com o anúncio: “A nossa missão é tornar o comércio melhor para toda a gente e, para o fazer, temos gastado muito do nosso tempo a pensar como é que o podemos fazer em algumas partes do mundo em que o dinheiro e a própria banca poderiam estar muito melhor. (...) Como membro da Associação Libra, iremos trabalhar coletivamente para construir uma rede de pagamento que torne o acesso ao dinheiro mais simples e que apoie os comerciantes e consumidores em todo o lado. A nossa missão tem sido, desde sempre, apoiar a jornada empresarial dos comerciantes que usam a nossa plataforma, que são mais de um milhão. Tal significa lutar por taxas mais transparentes e a privacidade de dados dos clientes dos nossos utilizadores. Nós queremos criar uma infraestrutura que dê mais poder aos empresários em qualquer parte do planeta”.
Fazendo parte da Associação Libra, o Shopify vai tornar-se um operador de relevo, ganha um voto no conselho de administração e pode ainda ganhar dividendos oriundos do interesse na criptomoeda, em proporção ao valor do buy-in – que é de pelo menos dez milhões de dólares.
O grupo Libra já perdeu muitos dos seus especialistas no área do e-commerce quando vários membros decidiram abandonar o projeto, em outubro do ano passado, devido ao apertado escrutínio dos reguladores. Das saídas, fizeram parte empresas ligadas aos métodos mais tradicionais de pagamento como Visa e Mastercard, processadores online como o Stripe e o PayPal e ainda um gigante dos marketplaces, como o eBay. Tais abandonos trazem algumas questões: terá a Libra os membros ideais para tornar a criptomoeda aceite na maior parte do mundo, tornando-se realmente útil para as pessoas?
E à medida em que trabalha para convencer os reguladores de que a Libra é totalmente segura, o Facebook tem também trabalhado em outras formas de pagamento – em que se incluem o Facebook Pay e o WhatsApp Pay, que têm como suporte as tradicionais transferências bancárias ou cartões de crédito.
Num tweet, o CEO do Shopify afirma que a união à Associação Libra se prende com a vontade de a plataforma em tornar melhor o comércio a nível global. “Estamos muito orgulhosos de acolher o Shopify na Associação Libra. Como uma plataforma comercial multinacional, com mais de um milhão de negócios associados em cerca de 175 países, o Shopify traz-nos o conhecimento e a experiência necessários ao projeto”, escreveu Dante Disparte, responsável pelo departamento de comunicação da Associação.
“O Shopify junta-se ao grupo ativo de membros da Libra e está comprometido com alcançar um sistema de pagamento global que seja seguro, transparente, amigo do consumidor e que quebre as barreiras financeiras para milhares de milhões de pessoas”.
A contratação de peso
Mas, ao que tudo indica, terá sido uma contratação recente que acabou por unir as duas empresas. O ex-diretor de produto – basicamente o responsável por tudo o que envolvia pagamentos - do Facebook, Kaz Nejatian, tornou-se em setembro vice-presidente e diretor geral do Shopify.
Gerir e liderar as operações de uma loja e-commerce pode ser uma tarefa difícil ou praticamente impossível sem uma conta bancária tradicional, principalmente em alguns países ainda em desenvolvimento. A Libra poderá permitir que estes comerciantes estabeleçam uma carteira virtual em que os pagamentos são enviados instantaneamente, sem qualquer taxa bancária. E, em teoria, essas quantias ‘digitais’ poderão ser levantadas em qualquer caixa multibanco na taxa de câmbio do país em questão.
Mas, para que tal possa vir a acontecer, a Associação Libra terá de convencer o governo dos Estados Unidos da América, a União Europeia e muitos mais organismos de que não irá ajudar de forma alguma à lavagem de dinheiro levada a cabo por organizações terroristas, beliscar a privacidade dos utilizadores ou enfraquecer o poder das nações do sistema financeiro global.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, já veio dizer que a soberania monetária dos países ficará sem dúvida em risco devido a esta privatização do dinheiro - pelo que não apoia, de forma alguma, a autorização do desenvolvimento e implementação da Libra em solo europeu.
Com início da atividade e lançamento previsto para 2020, ainda não é conhecida uma data para que tal aconteça. Teremos mesmo de esperar para ver.
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